O KARATE-DO SHORINJI-RYU, oriundo
da Escola de Toshio Masu (MASUKAN), que veio para o Brasil em 1960,
trazido por Minoru Masu, filho de Toshio Masu, foi instituído em 1988, e é
representado pela Organização Brasileira de Karate-Do
Shorinji-Ryu – OBKS, com sede em São Luís, Maranhão, Brasil e usa o nome
simplificado de
KARATE SHORINJI.
1º SHIHAN
2º SHIHAN
3º SHIHAN
GRÃO-MESTRE MINORU MASU
OKINAWA-KEMPO SHIKE
(IN MEMORIAN) Em
05 de agosto de 1960 o Mestre Minoru Masu, filho e
discípulo de Toshio MASU, instalou sua primeira
academia em Belém do Pará, iniciando o KARATE
SHORINJI no Brasil.
Pioneiro do Karate no norte do Brasil.
Grão-Mestre a partir de 1988. SALA DO MESTRE
GRÃO-MESTRE JOSÉ DE RIBAMAR ALVES
SEITO KARATE SHIKE
(IN MEMORIAN) Em 05 de maio de 1972 o Mestre José
de Ribamar Alves, discípulo de Minoru Masu, instalou a
ACADEMIA REAL KARATE em São Luís, iniciando o Karate Shorinji
no Maranhão e tornando-se o primeiro faixa-preta de karate do Estado.
Grão-Mestre a partir de 1994. SALA DO MESTRE
GRÃO-MESTRE ROBSON CORREIA DE ALMEIDA
KARATE SHORINJI SHIKE Em 03 de novembro de 1988,
o faixa preta Robson Correia de Almeida, discípulo de
José de Ribamar Alves, fundou a OBKS com o apoio de 14
faixas pretas,
em São Luís
do Maranhão, oficializando o KARATE SHORINJI, no
Brasil.
Grão-Mestre a partir de 2013. SALA DO
MESTRE
Na data
de 02/05/2013, o Mestre Brasileiro Robson
Correia de Almeida (n. 1957), (Shihan-Dai do
Karate Shorinji) assumiu o título de Grão-mestre
(SHIHAN) do Karate Shorinji, em substituição ao
Grão-mestre José de Ribamar Alves (n. 1948, m.
2013), falecido nesta data. Seu codinome oficial
passa a ser:
Shihan Robson Coral.
On the
date of 05.02.2013, the Brazilian Master Robson
Correia de Almeida (b. 1957), (Shihan-Dai of
Karate Shorinji) assumed the title of Grand
Master (SHIHAN) of Karate Shorinji, replacing
the Grand Master José de Ribamar Alves (b. 1948,
d. 2013), who died on this date. Its official
codename becomes: Shihan Robson Coral.
(Foto de 2021 by Tairo
Lisboa/tairolisboa@gmail.com)
SHIHAN ROBSON CORAL
N º 001-1-83 OBKS
Prior/Shihan do
Karate Shorinji;
Presidente da OBKS; Instrutor-chefe do Karate
Shorinji;
Grão-Mestre/Shihan
(02/05/2013);
Mestre/Shisho
(1999);
5º DAN (1999); 4º DAN (1996);
Mestre Substituto/Shihan-Dai (1994);
3º DAN (1992); 2º DAN (1988);
Faixa Preta
1º DAN (25/11/1983,
de Minoru Masu; 29/12/1983, de José de Ribamar Alves);
Início (faixa branca): 05/05/1978, na Academia Real
Karate.
SHIHAN
"Origem: Wikipédia, a enciclopédia
livre.
Shihan (師範) é
um título normalmente usado
em artes
marciais. A palavra
significa mestre ou
modelo.[1]
Cada arte ou
organização tem
requerimentos diferentes
para o uso deste título, mas
em geral é uma graduação
muito alta, que leva décadas
para ser atingida. É às
vezes associado a certos
direitos, como por exemplo o
de outorgar graduações dan em
nome da organização.
O processo de tornar-se
um shihan pode ser bastante
confuso no Japão. Por
exemplo, no bujinkan diz-se
que alguém
torna-se shihan quando os
outros "shihan" começam a
chamá-lo assim. Entretanto,
é comum chamar todos os
mestres que atingiram o 10º
dan de shihan - pelo menos
os que forem japoneses."
O Karate Shorinji, do
Brasil, adotou o termo
"SHIHAN", exclusivamente,
para o "Prior" do estilo.
Não é uma graduação, mas
sim, um título e uma função. O nosso
shihan é o dirigente supremo
do estilo, com graduação
superior a qualquer outra,
aquele que recebeu do seu
"shihan" a incumbência de
continuar o estilo . Para
nós é o número um do clã, o
representante (shike) do estilo. É o único
que pode outorgar
graduações. Todos os outros
recebem dele a autoridade
para graduar em seu nome. No
Karate Shorinji do Brasil
existe um único "shihan".
MATRIZ OBKS's General Headquarter
São Luís – Maranhão – Brasil
Escritório da Diretoria Executiva Estrada da Vitória, 3313-B2,
bairro Caratatíua
São Luís
– Maranhão – Brasil. CEP: 65.040-460
TOSHIO MASU
(Nascido na década de 1910 - Morto em 1988)
(Shorinji-Ryu Okinawa-Kempo Karate-Do, Kaiso)
O FUNDADOR DA NOSSA LINHAGEM DE
KARATE, EM KAGOSHIMA, JAPÃO.
2020 60 anos de Karate
Shorinji Brasil
2022
50
anos de Karate Shorinji Maranhão
2018 30 anos de OBKS
GRÃO-MESTRE MINORU
MASU
(1939-1994) Em
05 de agosto de 1960 o Mestre Minoru Masu, filho e
discípulo de Toshio Masu, instalou sua primeira academia
(Associação Shudokan "D. Luiz I") em Belém do Pará, iniciando o KARATE SHORINJI no Brasil.
Grão-Mestre a partir de 1988.
GRÃO-MESTRE JOSÉ DE RIBAMAR ALVES
(1948-2013) Em 05 de agosto de 1972 o Mestre José
de Ribamar Alves, discípulo de Minoru Masu, instalou a
Academia REAL KARATE, iniciando o Karate Shorinji
em São Luís
do Maranhão, tornando-se o primeiro faixa-preta de
karate do Estado.
Grão-Mestre a partir de 1994.
GRÃO-MESTRE ROBSON CORREIA DE ALMEIDA
(1957) Em 03 de novembro de 1988,
o faixa preta Robson Correia de Almeida, discípulo de
José de Ribamar Alves, fundou a OBKS com a ajuda de 14
faixas pretas,
em São Luís
do Maranhão, oficializando o KARATE SHORINJI, no
Brasil.
Grão-Mestre a partir de 2013.
Presidente de 1988 a 1994
Presidente de 1994 a 2013
Presidente desde 2013
O SHORINJI-RYU KARATE-DO, oriundo da Escola de
Toshio Masu (MASUKAN, que veio para o Brasil em 1960, trazido por Minoru
Masu, filho de Toshio Masu) foi instituído (oficializado), no Brasil, em
1988 e é representado pela Organização Brasileira de Karate-Do
Shorinji-Ryu – OBKS, com sede em São Luís do Maranhão, Brasil e usa o
nome de fantasia KARATE SHORINJI.
Os fundadores do Karate Shorinji, no Brasil, foram o Mestre Minoru Masu
(nascido em 18/05/1939 – morto em 08/06/1994), japonês de Amami Oshima (Kagoshima,
Japão), com
o Shorinji-Ryu Okinawa-Kempo Karate-Do (Escola Masu) e o Mestre José de
Ribamar Alves (nascido em 06/05/1948 – morto em 02/05/2013,
brasileiro do Maranhão, com o Seitokai Karate (Escola Real de Karate). O
idealizador e principal fundador da ORGANIZAÇÃO BRASILEIRA DE kARATE-DO
SHORINJI-RYU – OBKS foi o Professor Robson Correia de Almeida (nascido
em 03/10/1957), brasileiro do Maranhão, criador da "ZEN SEITO-DO",
doutrina filosófica que norteia os trabalhos do atual Karate Shorinji,
no Brasil.
A OBKS foi criada por 15 (quinze) faixas pretas, liderados por Robson
Correia de Almeida, em 03 de novembro de 1988, em São Luís, Maranhão,
Brasil e tendo registro em cartório realizado em 04 de abril de 1991.
Desde então já foram registrados na OBKS 129 (cento e vinte e nove)
faixas pretas. Destes, 03 (três) chegaram a Grão-Mestre (SHIHAN, título
e graduação máxima, superior a qualquer DAN, dentro do estilo), 15
(quinze) a Mestre (última graduação do estilo Shorinji, maior que 5º
DAN), 18 (dezoito) a 5º DAN, 30 (trinta) a 4º DAN, 40 (quarenta) a 3º DAN e 34 (trinta e
quatro) a 2º DAN, distribuídos nos estados
do Maranhão, Pará, Rondônia, Acre, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina e
Amazonas tendo ainda representantes (membros honorários) nos Estados da
Bahia, do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro.
(Fonte: Secretaria da OBKS, outubro/2023).
Conselho Deliberativo de Fundadores da OBKS (clique na figura acima para ver o documento em tamanho original)
PRIMEIRA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (1988)
Grão-mestre/Shihan: MINORU
MASU
Mestre/Shihan-dai: JOSÉ DE
RIBAMAR ALVES
Faixas Pretas:
01) ROBSON CORREIA DE ALMEIDA
02) JOSÉ RIBAMAR FERREIRA SILVA
03) MARTIM OLIVEIRA GÓES
04) NASSER BEZERRA JADÃO
05) WELLINGTON LUIZ CORREIA DE ALMEIDA
06) CARLOS HENRIQUE SOUSA SANTANA
07) JÚLIO IVALDO SILVA GOUVEIA
08) WERBETH REIS DA COSTA
09) JOSÉ RAIMUNDO DE JESUS LELES DA SILVA
10) VICENTE DE PAULO COSTA
11) FRANCISCO DOS SANTOS ARAÚJO
12) MANOEL DE JESUS PAVÃO
13) SEBASTIÃO JOSÉ DE ARAÚJO FILHO
14) CID DE JESUS COSTA SOUSA
15) LUIS FERNANDO PINHEIRO MARANHÃO
Primeiro Conselho Superior de Ensino e Graduação
Presidente: Minoru
Masu
Vice-presidente: José de Ribamar Alves
1º Conselheiro: Nasser Bezerra Jadão
2º Conselheiro: Manoel de Jesus Pavão
3º Conselheiro: Sebastião José de Araújo Filho
4º Conselheiro: Martin Oliveira Góes
5º Conselheiro: José Raimundo de Jesus Leles da Silva
Primeira Diretoria
Diretor-Geral: Robson
Correia de Almeida
Diretor-Adjunto: Sebastião José de Araújo Filho
Secretário-Geral: Nasser Bezerra Jadão
Secretário-Adjunto: Carlos Henrique Sousa Santana
Tesoureiro-Geral: José Ribamar Ferreira Silva
Tesoureiro-Adjunto: Francisco dos Santos Araújo
Estes foram o começo da OBKS. Aqui fica
o nosso agradecimento aos que já não estão conosco, por um motivo ou por outro, mas
que foram imprescindíveis para os nossos primeiros passos.
1 – Se já é
faixa preta de karate: Baixar, preencher e enviar o REQUERIMENTO
DE FILIAÇÃO;
2 – Se é
faixa marrom (1º Kyu) de Karate Shorinji, com a anuência do seu
professor: baixar, preencher e enviar o
REQUERIMENTO DE FILIAÇÃO;
3 – Se não é praticante de karate: Procurar uma de nossas UTKS
(Unidade de Treinamento de Karate Shorinji) ou um de nossos
INSTRUTORES;
A
Escola Superior de Karate Shorinji foi criada no ato da fundação da
OBKS, para
promover a formação, a capacitação e a atualização técnica
permanente de professores e de outros instrutores da Arte do Karate
e da Filosofia Oriental
QUADRO
DOCENTE
Diretor Mestre
Wellington Luiz
Correia de Almeida Instrutor / Conselheiro de Graduação
Supervisor Educacional Mestre
Robson Correia de Almeida Instrutor / Conselheiro de Graduação
Consultor Pedagógico Mestre
Kiyoshi Yamada Instrutor / Conselheiro de Graduação
Mestre
Martim Oliveira de Góes Instrutor / Conselheiro de Graduação
Mestre
José Raimundo de Jesus Leles da Silva Instrutor / Conselheiro
de Graduação
Mestre
Yosuke Okada Instrutor / Conselheiro de Graduação
Mestre
Vespasiano da Hora Instrutor / Conselheiro de Graduação
Mestre
Luís Fernando Maranhão Instrutor / Conselheiro de Graduação
Professor
(5º Dan) Antoniel Afonso de Sousa Instrutor
Professor
(5º Dan)
Rivelino Pereira Instrutor
Professor
(5º Dan) Francisco Araújo Maravalho
Neto
Instrutor
Professor
(4º Dan) Diego Pereira Silva Instrutor
Professor
(4º Dan)
Erlin
Diego Lima dos Santos Instrutor
Professor
(4º Dan)
Antonio Carlos Silva Instrutor
Professor
(4º Dan)
Rodrigo Alexandre Ferreira Instrutor
Há muita
gente capaz de definir "karate" melhor que este autor. Isto é,
deve haver. Uma vez que definir é apenas explicar o que
significa uma determinada palavra. Por este motivo, vamos apenas
emitir uma definição simples: "karate" é uma luta corporal sem
armas, baseada em técnicas definidas de ataque e defesa.
Entretanto, não é a definição
que nos interessa no momento, e sim, o conceito de "karate". E conceito é a
explicação detalhada e sem dúvidas, capaz de dizer o que uma palavra quer
expressar em um dado idioma. _ Ou seja: enquanto a definição diz o que uma
palavra é, o conceito demonstra-a.
E, por isso, um conceito
precisa ser completo, sem ser prolixo, mas sem deixar margem capaz de confundir
uma palavra com outra semelhante, isto é, deve demarcar os limites semânticos
entre uma palavra e outra.
Toda esta discussão inicial
se faz necessária porque o termo em estudo não tem etimologia em nosso idioma, o
português, ela é encontrada no idioma japonês. E por esse motivo nós a estivemos
escrevendo entre aspas, mas a partir deste ponto vamos escrevê-la normalmente,
sem aspas. O seu homônimo português seria a palavra "caratê", entretanto, esta
palavra seria apenas a grafia do som da pronúncia japonesa e não daria a
dimensão exata do que é karate. Karate não é uma palavra, mas sim expressão
idiomática japonesa que significa "mãos vazias", e não pode ser traduzida para o
nosso idioma uma vez que sua grafia é feita em "kanji"
(pronuncia-se candí) e, o kanji não se traduz, apenas se interpreta. - O kanji
é uma escrita em ideogramas (sinais que exprimem a idéia e não os sons das
palavras que representam essa idéia) de origem chinesa e que o povo japonês
adotou como linguagem escrita (primeiros séculos de nossa Era) através do povo
coreano, que mais tarde deu origem aos "kana" (não se
pluraliza na escrita japonesa): o "hiragana" e o "katakana".
Após esta rápida explicação,
passemos ao motivo deste texto:
O QUE É KARATE.
_ Desde que o mundo é mundo,
que o homem luta por sua sobrevivência. No princípio por instinto de preservação (ocombate); mais tarde para ter
domínio sobre outros homens (a técnica); depois para aperfeiçoar e conservar a
técnica e poder ensiná-la (a arte); depois por diversão e culto da vaidade (o
esporte) e; por fim para explicar a si próprio o porquê da luta pela
sobrevivência ou pela vaidade (a filosofia). Tudo isso pode ser englobado numa
só expressão: luta. E é desta luta que trata o karate.
Em japonês tudo que se
relaciona com luta entre oponentes capazes de tomarem consciência de seus atos,
tem-se a tendência de chamar de karate. Mas para que seja assim classificada uma
luta tem que apresentar certas características, como por exemplo: não se valer
de armas artificiais, isto é, instrumentos que foram criados com esse objetivo:
servir como armas. Mas porque dizer armas artificiais? Porque no karate usamos
nosso corpo como arma. Fazemos todo um treinamento específico para tornar cada
parte de nosso corpo um instrumento de ataque e defesa. Mas não é só o corpo que
pode ser usado. Qualquer objeto natural pode ser utilizado num combate de karate:
uma pedra, um pedaço de pau, areia, etc., deste que em estado natural, isto é,
não seja uma arma por definição. - Mas isto é um combate como outro qualquer, e
não pode ser chamado de karate se não tiver dois constituintes específicos: a
técnica e a filosofia. - A TÉCNICAdá ao homem a certeza dos
resultados e diferencia o seu combate de uma briga-de-rua,
onde vence o mais forte, o mais violento ou o mais astuto. Na técnica há a
diminuição do esforço, do desgaste físico, dos traumas, da incerteza do
resultado dos golpes aplicados, com o aumento da potência dos golpes, do
controle, da tranqüilidade e domínio sobre o oponente. _ A FILOSOFIA dá os
motivos para o combate, explica as razões do oponente, avalia as possibilidades
da vitória e da derrota, ou seja, diz ao homem o porquê do combate. A fusão dos
dois nos dá a ARTE: o domínio sobre a técnica, a execução perfeita dos ataques e
das defesas, o controle sobre a mente e a segurança necessária para avaliar o
combate enquanto ele se desenvolve (como um pintor avalia seu trabalho enquanto
o produz e antes de concluí-lo).
O karate é classificado como
arte marcial. Mas não se deve pegar o dicionário e usar a primeira definição que
lá aparece. Não! Devemos procurar a que melhor se adequa
ao conceito: com aspecto de guerreiro. Guerreiro japonês: altivo, imponente,
confiante e despretensioso.
_ O karate nasceu na
pré-história, com a necessidade da sobrevivência do homem. Claro que não se
chamava karate. Karate é um termo, recente, criado no começo do século XX. Mas
antes de explicar a origem do termo, vamos à origem da luta: _ segundo os
místicos, na antiga Atlântida já se praticava uma espécie de luta com
características semelhante às do karate original (não o praticado hoje) e que
antes do seu afundamento um grande mestre dessa luta foi enviado para o
continente asiático para preservá-la e ensiná-la. O local escolhido foi
a Índia, onde foi ensinada às castas guerreiras e nobres com o nome de
VAJRAMUSHTI (Sânscrito _ punho real ou punho direto) e tinha como objetivo a
defesa pessoal, a saúde física e o despertar espiritual. Conta-se que SAKYAMUNI,
o BUDA, o aprendeu quando príncipe, como parte de sua educação e que mais tarde
o introduziu como prática ascética no ensinamento da sua doutrina. Quase mil
anos após Buda, o 28º Patriarca budista, BODHIDHARMA, mestre em
Vajramushti, viajou para a CHINA no intuito de explicar sua doutrina do
budismo a monges que iniciavam um movimento inovador, com características
diversas do budismo original. Não tendo obtido sucesso por interferência do
Imperador Wu Ti, Bodhidharma viajou de sua
corte para o reinado de Wei, onde se hospedou num
templo chamado SHAOLIN, numa província hoje chamada Hunan.
Ali, Bodhidharma converteu os monges taoístas ao budismo e passou a ensinar a doutrina da
meditação (Ch'An, em chinês; Zen, em japonês)
juntamente com Vajramushti.
Havia na China uma luta muita
antiga conhecida então como Kempo, e por isso o Vajramushti quando passou a ser ensinado ao povo, por motivo
de resistência ao domínio de invasores chamou-se SHAOLIN-SZU KEMPO (em chinês)
ou SHORINJI- KEMPO (em japonês), ou "o punho direto do
Templo da Jovem Floresta". E foi
com esse nome que ele chegou às Ilhas RYUKYU, no Japão, alguns séculos atrás,
através de alguns chineses.
Das Ilhas RYUKYU a maior é
OKINAWA, aonde chegaram as primeiras noções do KEMPO de
SHAOLIN. Tendo sofrido várias adaptações ao povo de Okinawa, o
Shorinji-Kempo
perdeu suas características chinesas sendo reconhecido então, como uma arte
marcial própria de Okinawa, passando a se chamar de OKINAWA-TE.
Devido à proximidade de
Okinawa com a China, havia um certo intercâmbio entre
seus habitantes, de modo que muitos "experts" viajavam
entre as duas localidades, tendo contribuído bastante para o desenvolvimento do
atual karate. Como exemplo cita-se um certo Sakugawa de
AKATA, em Shuri, que cerca de duzentos anos atrás viajou para a China
e quando retornou para Okinawa, conforme ensinava "karate" (mãos da China),
passou a ser conhecido como "Karate Sakugawa" durante
seu tempo. Cerca de cento e quarenta anos atrás chegou a Okinawa um "expert"
chinês chamado Ku Shanku com alguns de seus alunos e introduziu um tipo de
kempo. Alguns "experts" de Okinawa, tais como Sakiyama, Gushi e Tomoyori,
de NAHA (cidade da Ilha de Okinawa), estudaram com um adido militar chinês
chamado Ason; Matsumura, de SHURI (outra cidade de Okinawa) e Maesato e Kogusuku,
de KUME (outra cidade, também de Okinawa), com o adido militar Iwah; e Shimabuku,
de UEMONDEN, e Higa, Senaha, Gushi, Nagahama, Aragaki, Hijaunna e Kuwae, todos
de KUNENBOYA, com o adido militar Waishizan. Afirma-se que um professor de
Gusukuma, Kanagusuku, Matsumura, Oyatomari, Yamada, Nakazato, Yamazato e Toguchi
(todos de TOMARI) foi um chinês sulista que foi arrastado até Okinawa.
Alguns grandes mestres foram
formados nessa época, dentre os quais Gusukuma e Matsumura, que aprenderam com
Waishinzan. Azato, que aprendeu com Matsumura e Itosu que aprendeu com Gusukuma.
De Azato e Itosu aprendeu o Mestre GICHIN FUNAKOSHI, já na virada do século XIX
para o século XX. FUNAKOSHI aprendeu KEMPO chinês em duas formas, das Escolas
SHOREI e SHORIN, das quais desenvolveu sua própria forma de KEMPO. Mas o
OKINAWA-TE (MÃOS DE OKINAWA, que já existia em OKINAWA), e que Funakoshi
conhecia bem, influenciou, sem dúvida, o seu trabalho e seu desenvolvimento nas
artes marciais.
GICHIN FUNAKOSHI (nasceu em
1868 em SHURI, Prefeitura de OKINAWA e morreu em 26/04/1957 em TOKYO) é
considerado o PAI do karate. Se não o pai gerador, pelo menos o pai adotivo
aquele que criou (adotou) o karate e deu-lhe as condições de tornar-se adulto
num mundo onde já havia tantas artes marciais. Foi ele o primeiro praticante da
arte marcial de Okinawa a se preocupar com o desenvolvimento e a propagação de
sua técnica e ao mesmo tempo fazer dela uma arte voltada para a formação do
caráter e do espírito de seus praticantes. Foi ele que, sendo um mestre-escola
(professor primário), teve a intuição de criar um termo específico para sua já
antiga arte de lutar, então conhecida como RYUKYU KEMPO. Num trabalho difícil e
demorado, o grande Mestre montou toda a estrutura do que é hoje o moderno karate,
dando-lhe as técnicas definidas, as formas de treinamento, a teoria e a
filosofia, bem como um nome: KARATE-DO. _ Havia um ideograma chinês () para a
palavra "kara",
mas que Funakoshi não achou adequado para expressar o vazio espiritual que ele
queria no significado de sua arte, a qual ele queria chamar de "Karate-Do". Isso porque Sakugawa
já usara o nome karate na forma chinesa, mas que significava apenas "mãos da
China" em japonês. Daí,
Mestre Funakoshi introduziu na palavra karate, em substituição ao ideograma
chinês
,
o ideograma "kara" (空),
que passamos a interpretar.
O SIGNIFICADO DE KARATE-DO (空手道)
Numa tradução simplificada "karate-do" significa "caminho das mãos vazias".
"Do" (道)
significa "caminho espiritual, a busca interior do homem".
"Te" (手)
significa "mão", ou "a instrução física usada na busca do vazio espiritual".
Já o termo "kara" (空)
tem um significado mais amplo, como veremos:
_ A primeira conotação de kara (空)
indica que karate é a técnica que permite que alguém se defenda com as mãos
limpas e os punhos sem armas.
_ Em segunda conotação,
exatamente como é o espelho limpo que reflete sem distorção ou um vale quieto
que ecoa um som, assim deve ser aquele que estuda Karate-Do:
purga a si próprio do egoísmo e da maldade completamente, pois só com uma mente
clara e uma consciência limpa pode ele entender aquilo que procura. Este é outro
significado do elemento "kara" no Karate-Do.
_ Em seguida, aquele que
estuda Karate-Do deve sempre empenhar-se para ser interiormente
humilde e externamente nobre. Entretanto, uma vez que ele tenha decidido a lutar
pela causa da justiça, então deve ter a coragem como expressa no provérbio,
"Mesmo que ele seja dez milhões de inimigos, eu vou". Assim, ele é igual ao talo
do bambu verde: oco (kara) por dentro, reto e com nós,
isto é, sem egoísmo, nobre e moderado. Este significado está também contido no
elemento "kara" de Karate-Do
(em japonês o vazio indica sem egoísmo; a retidão, obediência e nobreza; e os
nós, força de caráter e moderação).
_ Finalmente, em um caminho fundamental, a
forma do universo é o vácuo (kara), e, assim, o vácuo é sua própria forma. Há muitas
espécies de artes marciais: Judo,
Kendo,
Sojitsu, Bojitsu e outras,
mas num nível fundamental todas estas artes apóiam-se
sobre a mesma bases que o Karate-Do. Não é exagero
dizer que o senso original do Karate-Do é uno com as
bases de todas as artes marciais. A forma é o vazio e o vazio é sua própria
forma. O "kara" do Karate-Do
tem este significado.
* Prof. ROBSON CORREIA DE ALMEIDA, Grão-Mestre do Karate Shorinji e Presidente da OBKS, Instrutor-chefe da
Escola-Matriz. Criador da Zen Seito-Do (Doutrina do Caminho da Verdade),
Mentor e Fundador da OBKS, Unificador das Escolas Okinawa-Kempo e Seitokai,
Idealizador e Criador do Shorinji-Ryu Karate-Do. Discípulo do "Mestre
Zeca" (Grão-mestre José de Ribamar Alves). Início
em São Luís
(MA) em 05/05/1978.
Vamos iniciar com um trecho traduzido
(tradução livre, deste autor) do livro KARATE-DO KYOHAN, de GICHIN FUNAKOSHI:
_ “Existe, enfim, a
distinção de várias escolas e estilos de KARATE.
Como no KENDO e no JUDO do passado,
estas várias escolas e estilos são conhecidos pelos nomes de seus respectivos
DOJO. Em todo o BUDO, e não apenas no karate, interpretações da arte por aqueles
que treinam diferem de acordo com as interpretações de seus instrutores.
Além do que não é preciso dizer que variações de expressão das artes são
características de cada indivíduo”.
FUNAKOSHI, como já vimos anteriormente, foi o fundador do moderno karate
conhecido no mundo. É ele que nos diz no livro citado acima que cada instrutor
interpreta seu karate de sua própria maneira, com sua própria característica de
treinamento. Pois bem. Estilo vem do latim “stilus” que significa “maneira
particular de fazer alguma coisa”. Daí, podemos
arguir, que estilo é aquilo que nós mesmos fazemos e que nos é peculiar, e se
alguém segue nossa maneira de fazer alguma coisa, segue o nosso estilo. O Mestre
Funakoshi mostrou que era possível fazer de algo muito antigo, como o karate de
Okinawa, alguma coisa “nova”, bastando para isso usar a inteligência e a vontade
de evoluir, de fazer o progresso do homem e de desenvolver as suas
potencialidades. Funakoshi criou um estilo de karate.
Quando muitas pessoas seguem um mesmo
estilo, diz-se que esse estilo fez “escola”. Ou seja, quando se estuda
sistematicamente e de forma coletiva forma-se uma escola. Portanto, Funakoshi
fundou uma ESCOLA DE KARATE. Qualquer pessoa que tendo capacidade e sendo
competente pode fazer o mesmo. Como karate é um termo já consagrado
universalmente só se pode discutir suas escolas e
estilos, porque sendo já uma ARTE, o Karate está acima de suas escolas, de seus
estilos e de seus praticantes. É, portanto, certo que se houver competência
serão sempre criados novos estilos e novas escolas de Karate, até porque não o
fazendo estaremos demonstrando quão incapacitados somos de desenvolver otrabalho de nosso professor. _
Quão envergonhados estarão os grandes mestres do Karate ao verem lá de sua
última morada que seus discípulos não tiveram competência suficiente para
continuar a renovação de sua arte. _ O que seria da pintura se os artistas do
pincel continuassem a fazer suas tintas com sangue de animais
e cinzas e a usar as paredes das cavernas como tela? E se continuassem a
pintar como os velhos mestres, sem nada acrescentar de novo a sua arte? Teríamos
hoje o trabalho de MIGUELANGELO, de DA VINCI, de DALI ou de PICASSO?- Com
certeza, não! _ Assim também deve ser no karate: fundar novas escolas,
desenvolver novos métodos, novos sistemas, conceber novas doutrinas. Por quê não? Vimos no texto anterior que o Mestre Funakoshi
criou o seu karate a partir do kempo, e que após ele muitos outros criaram
escolas de lutas semelhantes e nem por isso foram menos competentes.
Alguns argumentarão que já existem
artes marciais suficientes para que o mundo se satisfaça. E nós concordamos,
em tese.
Entretanto , perguntamos: por que não novas concepções de ensino? Por
que deve o homem ser medíocre a tal ponto que não reconheça que alguns homens
querem manipular a criatividade dos outros por medo de encontrar alguém melhor
que eles? Se um mestre ou professor diz a um aluno ou discípulo seu que está
errado ensinar diferente de seu próprio mestre, não merece ser chamado de
professor nem tampouco de mestre. Este sim, é o verdadeiro incompetente, porque
não sendo capaz de desenvolver-se para elevar mais alto ainda sua arte, tenta
bloquear o vôo daqueles que aprenderam a ver mais longe. _ Tentarão outros
chamar a atenção para a tradição do ensino do karate. E nós perguntamos: _ Onde
foi escrito que tradição significa deixar imutável, não evoluir? Vou relatar uma
estória que li muitos anos atrás:
“Vocês conhecem a história do
Currículo dos Tigres-de-Dentes-de-Sabre?”
Uma tribo paleolítica, reconhecendo
que a sua sobrevivência dependeria da capacidade de impedir o ataque dos
tigres-de-dentes-de-sabre e da pesca manual nas lagoas límpidas, inventou a
educação. Às crianças da tribo, em lugar de passar o tempo em folguedos, era
ensinada a arte de afugentar os tigres com tochas acesas e como agarrar peixes
com as mãos nos lagos. A invenção teve um enorme êxito. As crianças adoravam a
atividade e a tribo floresceu. Então, o clima mudou.
Uma grande geleira desceu sobre o
vale onde a tribo vivia. Os tigres-de-dentes-de-sabre desapareceram. Vieram os
ursos que não temiam o fogo e que não podiam ser afugentados desse modo. E as
lagoas se tornaram tão lodosas que os peixes não podiam mais ser vistos e
apanhados com as mãos. Não demorou muito para que os membros da tribo de mais
iniciativa e mais recursos se adaptassem a essas novas circunstâncias.
Descobriram que podiam caçar os ursos cavando fossas nas trilhas da floresta e
que também podiam pescar nas águas barrentas usando redes. Uma vez mais, eram
senhores do seu ambiente contemporâneo. Mas as escolas ainda continuavam a
ensinar as artes de afugentar tigres e apanhar peixes com as mãos. O chefe da
educação conseguiu capturar um velho tigre mais além, no vale, e mantê-lo numa
jaula para que as crianças pudessem ter material para praticar a velha arte.
Então, um radical qualquer sugeriu que essas habilidades inúteis fossem
retiradas do currículo e que em seu lugar, as escolas ensinassem a arte de fazer redes de pesca e a cavar fossos para caçar
ursos.
A sugestão foi recebida com horror
pelas autoridades. Ensinar a tecer redes e a cavar fossos: não era educação;
seria quando muito, aprendizagem vocacional. “Será um dia negro para as nossas
escolas” diziam eles, “quando abandonarmos as matérias fundamentais de nossa
cultura, tais como afugentar tigres e apanhar peixes com as mãos. Naturalmente
ninguém sonhará em apanhar peixes com as mãos na vida real nesta época e não há
mais tigres para serem afugentados; mas essas matérias são ricas de tradições da
nossa tribo; elas ensinam os princípios de coragem e gosto. O currículo já está
sobrecarregado e nós não podemos introduzir matérias como tecelagem de rede e
caçada de ursos, que não possuem valor cultural algum”.
E a estória não diz se a tribo
sobreviveu...
(Essa estória foi transcrita do livro
"EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA na escola média" de Edilia Coelho Garcia,
1971, LISA - Editora Didática Irradiante S/A).
A todo instante, no Universo, velhos
princípios são discutidos, revistos, reformulados e alguns são até mesmo
abandonados. Por que só o karate deve ser imutável? Quem pode garantir essa
imutabilidade eterna? Tradição é o conhecimento do passado, não a sua
continuidade. É certo que ninguém pode dizer hoje em dia que criou uma nova arte
marcial só porque juntou uma porção de técnicas, ou que criou um novo estilo de
karate só porque não gostou daquele que treinava. Entretanto, se alguém tem o
conhecimento adequado e a habilidade necessária para acrescentar ou retirar algo
capaz de tornar uma técnica ou um estilo mais eficiente, este sim pode criar um
novo estilo de karate, tão bom quanto outro qualquer. E se alguém segue seu
trabalho essa pessoa lançou os fundamentos de uma escola de karate.
A modificação de uma técnica sem o
estudo adequado é sem dúvida perigosa. Entretanto, ensinar uma técnica e dizer
ao aluno que esta deve permanecer sempre desse jeito é irresponsabilidade. Um
mestre de artes marciais não é aquele que ensina, mas sim, aquele que orienta e,
quem orienta, na verdade não determina, mas tão-somente mostra o caminho. O
mestre BRUCE LEE dizia que uma técnica deve ser como uma canoa que usamos para
atravessar um rio: ao chegar ao outro lado já não tem utilidade.
Um MÉTODO é como a "canoa de Bruce
Lee": serve apenas para que possamos apreender o conhecimento que alguém (nosso
mestre) quer nos transmitir. Depois que aprendemos não precisamos mais dele
(método). A partir daí criamos o nosso próprio método, que é o que vamos ensinar
aos nossos alunos. Aquilo que é comum ao que nosso mestre ensinou é o que se
deve chamar de SISTEMA.
Mas, afinal de contas, o que é
estilo de karate?
Voltemos ao idioma japonês. Há um
ideograma que se pronuncia
RYU,
em japonês. RYU
pode ser interpretado como MÉTODO de ensino. Ora, um método não é um estilo. É a
maneira de ensinar uma arte, segundo certos princípios e em determinada ordem.
Enquanto o ESTILO é a maneira particular de ensinar uma arte, ou seja, é uma
doutrina pessoal de um mestre para ensinar a sua arte. Logo, o estilo é a
personalização do ensino, enquanto o método é a sua generalização. No Japão, os
mestres não criavam seus estilos simplesmente, eles também faziam seus métodos
de ensino, para que seus conhecimentos sobrevivessem ao tempo de suas vidas,
para que não dependessem de suas presenças. Entretanto, a barreira do idioma fez
com que no Brasil se traduzisse a pronúncia sem interpretar o ideograma. E RYU
passou a ser chamado de estilo de karate. Em japonês, ESCOLA é pronunciada KAN e, existe a ESCOLA
SHOTO DE KARATE, em japonês SHOTOKAN KARATE.
Ora, o método usado por essa escola é um RYU, logo chamamos SHOTOKAN-RYU KARATE
ao método de ensino da escola Shoto de karate. Esta é a escola fundada por
Funakoshi, (usando o nome SHOTOKAI, o Mestre SHIGERU EGAMI, colega de treinos de Funakoshi,
fundou um estilo, que dirigiu até 1981) mas não a única escola de karate. RYU
pode ser, ainda, interpretado como SISTEMA, que é a
reunião de princípios coordenados de modo a formar uma doutrina e que concorrem
para o seu ensino. Já ESCOLA de karate, é o conjunto dos adeptos da doutrina de
um Mestre, que seguem seu sistema de ensino, mas, que normalmente possuem seu
próprio método de ensino.
Em resumo: _ ESTILO é a doutrina
de um MESTRE de notável saber
em uma ARTE , cuja concepção pessoal (da maneira de praticar e ensinar)
é considerada original por mais de um artista dessa arte e, que passando a
ensiná-la fundam uma ESCOLA. Quando um ou mais desses artistas chega a uma
concepção diferente da maneira de praticar a arte, cria sua própria doutrina,
que gera um novo ESTILO, que gera novas ESCOLAS, que geram novos SISTEMAS, que
geram novos MÉTODOS, que formam novos MESTRES, que desenvolvem seu conhecimento
e criam novas doutrinas que... se eternizam num ciclo
vital da ARTE, renovando-a e atualizando-a.
* Prof. ROBSON CORREIA DE ALMEIDA,Grão-Mestre do Karate Shorinji e Presidente da OBKS, Instrutor-chefe da
Escola-Matriz. Criador da Zen Seito-Do (Doutrina do Caminho da Verdade),
Mentor e Fundador da OBKS, Unificador das Escolas Okinawa-Kempo e Seitokai,
Idealizador e Criador do Shorinji-Ryu Karate-Do. Discípulo do "Mestre
Zeca" (Grão-mestre José de Ribamar Alves). Início
em São Luís
(MA) em 05/05/1978.
O Okinawa-te (forma primitiva de
karate de Okinawa), emigrou para muitas partes do Japão. Uma dessas emigrações levou-o
à ilha de de
Amami Ōshima, Prefeitura de Kagoshima, aldeia de Tak Shoku Koshu Sho,
levado por um jovem chamado TOSHIO MASU que o aprendeu com incontestável
maestria na década de 1930, tendo atingido o grau de instrutor faixa preta.
Anos mais tarde transferiu ao seu filho
MINORU MASU (1939-1994), esse conhecimento com o nome de OKINAWA-KEMPO
SHORINJI-KARATE, juntamente com um embasamento profundo de JUDO. Minoru Masu
emigrou para o Brasil, no início da década de 60, fixando residência na
região de Belém do Pará, norte do país, onde começou a ensinar "karate" e "judo"
no dia 5 de agosto de 1960, na ASSOCIAÇÃO SHUDO-KAN "D. LUIZ I". ao
seu karate ele deu o nome de Karate Shorinji-Kempo.
Primeiro discípulo (de
fora do Pará)
Em 1968, chegava a Belém, para
prestar exames vestibulares para a Universidade, um jovem de nome comum:
JOSÉ DE RIBAMAR ALVES
(1948-2013), mas que se mostraria incomum numa arte onde
poucos conseguem sê-lo. Ribamar, como ficou conhecido em Belém, terminou por
encontrar Minoru Masu e dele tornou-se aluno e discípulo. Praticamente
morando na academia de Minoru Masu, Ribamar (como ele o chamava) mostrou-se
um aluno excepcional, conseguindo aprender em curto espaço de tempo o que
muitos levariam muitos anos. Em 1970 foi convidado (através do Comandante
Gaudêncio) por um praticante maranhense, na ocasião faixa colorida de
Karate Shotokan, para ministrar aulas numa academia que ele havia
montado em São Luís, dois anos antes. Esse
conterrâneo era o Sr. Murilo Pinheiro, aqui
reconhecido como o precursor do karate no Maranhão. No entanto, o
primeiro faixa preta de karate do Maranhão
foi aquele jovem que nós passamos a conhecer como
PROFESSOR ZECA (ou Professor Zequinha), José de Ribamar Alves, que se
graduou faixa preta, com louvor em 1972, ano em que passou a dar aulas no
Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís e que em 1977
(certificado emitido em 1978) recebeu, em Belém, do seu mestre, Minoru Masu, o maior
grau que o mesmo já dera a um aluno, o 2º DAN (nidan).
Explicação
Uma pausa se deve aqui. _ Minoru
Masu recebeu de seu pai o conhecimento e o grau de 3º DAN (sandan), o mais
alto que ele concedeu. Após a partida de seu filho para o Brasil, TOSHIO
MASU não ensinou a mais ninguém, uma vez que o seu karate não existia mais
na forma original, em Okinawa.
O
karate do Sr. Masu não tinha muitos seguidores, por ser um sistema não
alinhado com o karate modificado pelos mestres de Okinawa e por ser ensinado
principalmente aos membros da sua clã. Isto fez com que praticamente
desaparecesse em Kagoshima, não se tendo notícias de seus seguidores nos dias
atuais. O parente mais próximo desse karate é o "Shorinji-Ryu Lenshinkan
Karate-Do", também de Kagoshima. Portanto,
em Minoru Masu
é que se concentra a continuidade do OKINAWA-KEMPO SHORINJI-KARATE de Toshio
Masu.
A primeira expansão
O professor José de Ribamar
Alves, preocupado com a eficiência do karate nos combates de rua, e tendo
sofrido influência de várias modalidades de luta, modificou algumas técnicas
e conseqüentemente os "kata" que delas dependiam e alguns novos foram
acrescentados, muitas vezes a partir das sequências de técnicas exigidas em
exames de alunos de graduação alta. A maneira de lutar não sofreu muitas
mudanças, mas o espírito combativo acentuou-se, sem contudo perder a
elegância. Há mais de trinta anos, um karate que muito se assemelharia ao full-contact, no seu início.
Estas
mudanças fizeram com que o karate do Prof. Zeca, tenha se distanciado um
pouco do praticado e ensinado pelo Mestre Masu. Mas em 1977, durante um
torneio em Belém do Pará, os alunos do Prof. Zeca tiveram um desempenho tão
bom que o Mestre Masu reconheceu e aprovou o trabalho do seu discípulo:
graduou faixa preta dois deles: Vespasiano da Hora e Nasser Jadão. Já era
faixa preta do prof. Zeca o Sr. José Raimundo, o primeiro da Academia Real
de Karate. Muitos foram formados até 1980. Por ordem: José Raimundo
(falecido em dez/2021), Manoel de
Jesus Pavão, Augusto, Nasser Bezerra Jadão, Vespasiano de Abreu da Hora, Pedro
Ferreira da Silva (falecido, em 04/01/1993), Pedro Almeida (recebeu
autorização para abrir sua primeira academia logo após a graduação do faixa
preta José Raimundo, mas só se graduou no final de 1978), Mírcio (1979), Martim
Góes (1979), José Ribamar Fonseca (1979), João Raimundo dos Santos (1979) e Antonio Barros
(1980). Em
janeiro de 1981, o Prof. Zeca fechou a academia. Nessa época, havia muitos
alunos com graduação de faixa verde, roxa e marrom, mas que não tinham
espírito de empreendimento. A Academia Real parecia que acabaria. Não foi
verdade! O Espírito do Karate estava vivo e enraizado nos seus seguidores.
Dois faixas verdes, Robson Correia de Almeida e José Ribamar Ferreira Silva
(o primeiro tinha sido eleito, um ano antes, presidente da associação de
alunos da academia), resolveram continuar. Foram ao Prof. Zeca, no dia 06 de
maio daquele ano (dia do aniversário do Professor), em sua casa no Conjunto
Vinhais, pela manhã e pediram autorização para reabrir a academia. O
Professor Zeca pensou, demoradamente. e disse que sim, desde que tivessem
sempre um faixa preta com eles. O Robson seria Diretor Técnico e o Ribamar,
Administrador. A Associação Real de Artes Marciais começou suas atividades,
naquele mesmo mês, nos altos do Casino Maranhense, na Avenida Beira-Mar.
Nosso instrutor-chefe era o faixa preta 1º DAN (shodan) Martim Góes,
auxiliado pelo faixa roxa (nikyu) Serra Maia. Tínhamos ainda a ajuda do
Barros, faixa preta 1º DAN (shodan), que visitava a academia constantemente.
Mas, o Góes tendo passado em um concurso público, precisou fazer um curso em
Goiânia e o Prof. Zeca mandou chamar o faixa roxa (nikyu) Leles para ajudar.
Em outubro, mudamos para a Rua Cândido Ribeiro (rua das Crioulas), para uma
casa perto da antiga sede da Academia Real. Ali ficamos por mais de dois
anos. No início do ano seguinte, foram graduados faixas marrom (ikkyu) Leles
e roxa (nikyu) Robson e Ribamar Silva. No segundo semestre de 1982 ajudou na
academia o faixa preta (shodan) Ferreira e em agosto, numa solenidade no
Ginásio Charles Moritz, do SESC, foram graduados faixa preta (shodan), o Sr. Leles e
faixa marrom Ikkyu), o Sr. Robson.
No
início de 1983, Leles deixou a Academia Real e abriu uma outra, inclusive
com o mesmo nome, em São José de Ribamar,
cidade vizinha, na própria ilha. A essa altura já não havia nenhum faixa
preta na academia, oficialmente, e o mais graduado era o faixa marrom
Robson, que sentindo que o trabalho estava sendo prejudicado abandonou todos
os seus afazeres dispensáveis e dedicou-se ao treinamento do karate com um
esforço indescritível (treinava de segunda a segunda pelo menos quatro horas
por dia), tendo passado a treinar a partir de agosto de 1983 de sete horas
da manhã a uma hora da tarde em quase todos os domingos, com exceção de
dois: Dia dos Pais (14/08) e aniversário de D. Cassandra, esposa do mestre
Zeca (18/12), na residência de seu mestre, no bairro do Vinhais. Por lá,
nesse período, passaram em momentos diferentes vários parceiros de
treinamento: Ribamar Silva, Antonio Barros, Carlos Henrique, soldado Filho,
Sérgio William e Mírcio. No dia 27 de dezembro (uma terça-feira, pois
domingo fora dia de natal), após o Sr. Robson ter treinado por quase seis
horas, o Mestre Zeca disse-lhe: "Troque de roupa e não precisa voltar no
próximo domingo, (para exame, bem entendido?) seu exame está terminado.
Amanhã eu passo na academia".
No
dia seguinte, 28/12/1983, às dezenove horas, ele chegou à academia, chamou o pessoal que
lá se encontrava e na presença de todos disse ao Sr. Robson: "Você está
vendo este nome na parede (estava escrito num flanelógrafo: Academia Real
Karate)? Não deixe que ninguém o mude. A partir de hoje você é o responsável
por ele. Tem um mês para usar a faixa preta (naquele tempo esperávamos um
mês após o exame para trocar a faixa), parabéns!" Apertou a mão, deu um
abraço paternal no novo faixa preta e saiu.
No
dia 13 de janeiro de 1984, durante uma entrega de certificados de alunos, o
Sr. Robson colocou sua faixa preta pela primeira vez, num ritual que se tem
repetido sempre, ajoelhado em "seiza" e após um momento de reflexão, sobre o
que tem que ser feito pelo karate, fazendo o "Za-Rei".
O
Prof. Robson foi o último faixa preta formado pelo Prof. Zeca. Todos os
outros vieram das mãos de seus alunos.
* Prof. ROBSON CORREIA DE ALMEIDA, Grão-Mestre do Karate Shorinji e Presidente da OBKS, Instrutor-chefe da
Escola-Matriz. Criador da Zen Seito-Do (Doutrina do Caminho da Verdade),
Mentor e Fundador da OBKS, Unificador das Escolas Okinawa-Kempo e Seitokai,
Idealizador e Criador do Shorinji-Ryu Karate-Do. Discípulo do "Mestre
Zeca" (Grão-mestre José de Ribamar Alves). Início
em São Luís
(MA) em 05/05/1978.
A expressão japonesa SEITO-DO
(真実のパス)
pode ser entendida como a "busca interior da verdade" e como base filosófica
deriva do ZEN, profundamente influenciada pelo KONGO-ZEN, filosofia zen-budista
criada por SO DOSHIN, fundador do SHORINJI KEMPO, japonês.
_ Quando Deus criou o homem
deu-lhe um impulso que o lançou através de sua existência material. Esse impulso
é o que chamamos de vida. Mas, assim, como uma pedra é lançada para cima e para
longe e depois de atingir um ponto de máxima elevação tende a cair e alcançar o
ponto mais distante, a vida do homem tende a acabar, e ela será tanta mais longa
quanto maior for o impulso inicial.
Entretanto, o homem não é uma
pedra, e Deus deu-lhe o dom da criatividade através da qual ele poderia ampliar
sua vida, se não em tempo de existência, pelo menos
em produtividade. Ou
seja: Deus deu ao homem as asas da imaginação, de modo que pudesse ser humano,
diferente da pedra bruta. Assim, o homem é aquele pássaro que ao se lançar do
ninho pela primeira vez não sabe voar, mas que ao se sentir no ar, no espaço
aberto, a sua habilidade nata se manifesta e logo depois faz graciosos volteios
na infinita amplidão dos céus.
Deus pôs à disposição do
homem muitas asas, dentre as quais o
KARATE-DO.
O Karate-Do não é apenas asas
para o homem, mas também é a instrução de vôo (TE), a rota a seguir (DO) e o
campo de pouso (KARA).
No Karate usamos o corpo, a
mente e o espírito. Os pés são descalços, porque o pé que não toca o solo onde
pisa não sabe para onde leva o corpo; as pernas são firmes, para não deixarem o
corpo no meio do caminho; o corpo é ágil para se livrar dos obstáculos da
adversidade; os braços são fortes para ampararem o ancião e bloquearem os golpes
do prepotente contra os fracos e do opressor contras os oprimidos; as mãos são
limpas, vazias para que não se macule a bondadeda criança quando lhe indicarmos o caminho; a mente é aberta para que
possamos aprender sempre e ver o horizonte cada vez mais longe; e por fim, o
espírito é livre para que não queira se prender às amarguras e às tentações da
vida do mundo e que, amadurecido possa escolher o caminho a seguir.
Aquele
que ensina, na verdade não determina, mas tão-somente mostra o caminho.
1- Terei sempre em
mente que o estudo do KARATE é um caminho para se ter uma clara consciência de
tudo;
2- Estarei sempre
disposto a defender a justiça, os fracos e os oprimidos, e proteger ao meu
próximo sem olhar o seu rosto;
3- Nunca me mostrarei
cruel ou orgulhoso, porque a crueldade e o orgulho são próprios dos violentos e
covardes;
4- Serei sempre
forte, nunca violento;
5- Usarei meus conhecimentos de
KARATE, em todos os momentos de minha vida, sempre para evitar os obstáculos,
resolver os problemas e combater pela Paz em harmonia com os homens, no caminho
e em nome da Verdade Cósmica.
* Parte deste texto foi criada pelo Mestre Zeca,
em 1972.
_ Moral, do latim "mores", que significa costumes, conduta como modo de agir,
trata dos deveres morais do homem, isto é, dos costumes e das suas diferentes
formas de agir dentro do seu grupo social. É importante que não se confunda a
Moral com a Ética – que vem do grego "êthos" – e também significa costumes. A
Ética é um produto da reflexão individual sobre os costumes, portanto, uma parte
da Moral, mas com sentido especulativo. A Moral tem por objeto os atos humanos,
como resultado da apreciação das normas de ação de um grupo. As duas são, pois,
complementares e não excludentes. Não existe Moral sem Ética, nem Ética sem
Moral. Ninguém pode seguir padrões de comportamento sem refletir sobre eles; e
toda reflexão é individual, introspectiva, nunca coletiva. O que deve, e
precisa, ser coletivo é a aceitação dessa reflexão individual, quando a mesma é
fruto de uma mente capaz e voltada para o bem-estar do grupo. O Karate, em todas
as suas variações, é o resultado do trabalho consciente e dedicado de grandes
homens, que abdicando de muitos de seus costumes, criaram formas de condutas
individuais salutares que, com o passar do tempo, tornaram-se padrão de
comportamento de um grupo seleto de indivíduos, verdadeiros e ilibados baluartes
da Moral Social. No Masukan Shorinji-Ryu, a dedicação e a lealdade aos
princípios do nosso karate, estão profundamente fincadas nos corações dos nossos
seguidores. Mas, o que é dedicação e o que é lealdade? _ A dedicação é a
constância e o afinco na prática laboriosa. A lealdade é o reconhecimento das
origens, honrando os mestres ancestrais, fundadores e continuadores da arte. Não
seguir tais princípios é, sem dúvida, renegar seus costumes, sua Moral, sua
Ética. Um verdadeiro "karateka" nunca quebra um princípio moral, quando muito,
modifica um comportamento ético.
O Karate Shorinji
possui quatro níveis: conhecimento, entendimento, compreensão e sabedoria ou
sapiência. Para conhecer usamos os sentidos; para entender usamos nossa
intuição; para compreender usamos nosso raciocínio, e para saber usamos deixar
de lado tudo que aprendemos metodicamente e seguimos nosso espírito. É o momento
em que esvaziamos para encher, deixamos de olhar para ver, esquecemos para
lembrar, libertamos para apreender e sonhamos para realizar.
"Nada é completo sem o que
falta";
"Não há existência sem
não-existência";
"Não há dinâmica sem
estática";
"Não há círculo sem centro";
"Não há fim sem começo";
"Se um rio muda sua nascente
já não é o mesmo rio";
"Nenhum som é tão alto que o
silêncio não o extinga";
"Evoluir é apenas um meio
lento de retornar às origens";
"A primeira verdade é que a
vida é penosa; a segunda é que a dor é causada pela constante procura dos
prazeres da vida e dos bens materiais; a terceira, que a dor cessará quando a
pessoa se emancipar do desejo; a quarta prescreve um caminho que conduz à
cessação da dor - é o nobre caminho dividido em oito partes: retidão de
propósitos, de intenções, de palavras, de ações, de vida, de esforço, de
pensamentos e de concentração".
Se me
fosse dado o privilégio de definir palavras, com certeza definiria religião
como: esperança. _ Se me fosse dado conceituar, eu diria: saudade.
A religião é antes de tudo a
esperança de que DEUS exista; de que os deuses existam. De que haja algo mais do
que esta vida que supomos vida, do que esta luta que pensamos glorificante ou do
que esta sensação de que estamos sozinho no universo e que somos perecíveis e
não filhos de DEUS, portanto, eternos em espírito. É a esperança de que a morte
seja irmã e amiga e, que morrer seja um prêmio e não ,um castigo pelo crime de
ter nascido; um espécie de renascimento ou de retorno a um lugar de onde
preferíamos nunca ter saído.
_ Esperança! Esta palavra
mágica tem nutrido, através do tempo, a toda espécie de homens: crianças,
jovens, adultos e velhos; pobres e ricos, covardes e guerreiros, súditos e reis,
conquistados e conquistadores, leigos e sábio, profanos e clérigos. E foi em
nome dessa esperança que foram criados os símbolos... das perspectivas de
encontrar o nosso horizonte perdido, a nossa primeira morada, que deixamos
esquecida numa curva do espaço cósmico que os homens chamam de tempo. Na busca
constante desse horizonte perdido surgiram os guias, que alguém supôs fossem
necessários. Foram os heróis, os reis, os profetas, que com o passar das erase desvanecer da memória foram sendo mistificados e por fim... deificados.
E aquilo que mais de perto marcou suas vidas foi transformado em símbolo
sagrado, esperança de uma nova e constante comunicação com eles: a espada de um
herói, a coroa de um rei, o cajado de um profeta ou a cruz de um messias. E o
aço virou justiça e o madeiro virou fé. E a fé transformou os homens em filhos
de Deus.
_ Mas, DEUS é uma invenção do
pensamento humano. A necessidade de acreditar numa esperança para a humanidade
sempre sequiosa de respostas para um infinito de indagações. DEUS é antes de
qualquer explicação ditada pela fé, a necessidade de crer numa Verdade Cósmica,
que seja a Regência Suprema do Cosmo.
Entretanto, no fim de tudo, a
religião é uma Saudade. Sim. Saudade daquilo que o homem nunca viu na sua vida
terrena, mas que tem certeza já possuiu um dia, que não sabe quando, em algum
lugar, que não sabe onde.
Veja que saudade é definida
como a "recordação suave e melancólica de pessoas ausente ou coisa distante, que
se deseja voltar a ver ou possuir". E qual será o homem que ao voltar os olhos
para o infinito cósmico, numa noite estrelada, não sente no peito uma profunda
nostalgia? Não será isso uma recordação, uma certeza de que em algum recanto do
Universo há alguém a quem deixamos um dia? _ São estas inquisitivas cismas, esta
nostalgia... esta saudade enorme, este vazio que nos massacra a alma e ao mesmo
tempo nos impulsiona na busca constante da verdade Cósmica, que podemos chamar
de RELIGIÃO. Não um conjunto de dogmas, de normas de comportamento; não uma
igreja de homens; não um templo de pedras. Mas sim, um conjunto de perguntas,
uma igreja de pensamentos, um templo de fé, são os constituintes de uma
religião. Porque religião, na forma primitiva "religio" (latim) parece vir de "re-ligare",
que denota a ação de ligar, prender a, onde o verbo "ligare" vem reforçado pelo
prefixo iterativo "re". Ainda porque, uma religião deveria libertar o homem na
sua essência, espírito, para que mostrando-se puro, desprovido de amarras, de
roupagens vistosas pudesse comungar com o Ser Supremo, a Verdade Cósmica. Só
assim, visto nu e vazio, o homem poderá ir ao encontro do Criador, DEUS.
Seria, pois, esta a missão da
religião: tornar o homem vazio do pensamento (sentimento) humano e nu dos
artifícios sociais (mundanos) para que pudesse religar-se a DEUS.
Eis aí o que é Religião: uma
esperança e uma saudade de um Deus que o homem criou na ilusão de que um dia
possa reunir-se a Ele par nEle gozar a ETERNIDADE.
Bem sei que poucos dirão que
tiveram a minha ajuda, quando no espaço só existir a marca de minha presença e
no tempo apenas a lembrança do que fui; mas espero que todo aquele que reconheça
a Verdade, lembre, sempre, no mais íntimo de sua alma, que um dia estive em sua
estrada e que ao invés de atravessá-la, por algum tempo nela caminhei ao seu
lado.
Deus, o Senhor Supremo do
Universo, deu ao homem uma missão, a qual ninguém, nenhum homem, tem o direito
de furtar-se. Essa missão compõem-se de três etapas, a saber:
1) Aprender _ a mais simples;
2) Desenvolver _ a mais
penosa;
3) Ensinar _ a mais difícil.
Nenhum homem deve ensinar sem
ter aprendido o suficiente e desenvolvido o máximo; desenvolver sem ter
aprendido é como nadar sem ter água. E, porque aprender é a primeira etapa e
nenhuma outra deve vir antes dela.
O homem é fruto do pensamento
divino e foi individualizado, isto é, ganhou autonomia ou livre-arbítrio, para
poder aprender aquilo que Deus não podia, devido a sua própria magnitude.
Nenhum homem tem o direito de
arvorar-se onisciente da Verdade, pois aquele que A conhece não necessita
dizê-la.
Nenhum homem pode dizer-se
mediador entre Deus e os homens, pois Deus não precisa de mediação com o seu
próprio pensamento.
O homem comum não fala de
Deus, mas sim de si próprio.
O profeta não fala por Deus,
mas de Deus.
O sábio nada fala, mas mostra a Verdade.
* Prof. ROBSON CORREIA DE ALMEIDA, Grão-Mestre do Karate Shorinji e Presidente da OBKS, Instrutor-chefe da
Escola-Matriz. Criador da Zen Seito-Do (Doutrina do Caminho da Verdade),
Mentor e Fundador da OBKS, Unificador das Escolas Okinawa-Kempo e Seitokai,
Idealizador e Criador do Shorinji-Ryu Karate-Do. Discípulo do "Mestre
Zeca" (Grão-mestre José de Ribamar Alves). Início
em São Luís
(MA) em 05/05/1978.
09/11/2017: _ Nova graduação do nosso Karate Shorinji, em Rondônia,
André Francisco dos Santos, 2º Dan (Nidan)
(04/11/2017), no exame realizado via internet, pelos Mestres Robson
Coral (Shihan) e Wellington Almeida (Shihan-Dai), com a supervisão local
do Sensei Joaquim Borges dos Santos (5º Dan); e no Acre, novo registro
em 11/10/2017:
Laercio Menezes de Souza, 1º Dan (Shodan)
(exame realizado em 05/08/2012). As graduações foram homologadas pelos
mestres Robson Coral (Shihan) e Wellington Almeida (Shihan-Dai) com a
supervisão regional do Sensei Antoniel Afonso de Souza (5º DAN), em nome
do Conselho de Graduação da OBKS.
06/07/2017: O Professor
Sérgio William Leite Santos, Faixa Preta do Karate
Shorinji - Maranhão, foi elevado ao 5º Dan (Godan) pelo
Conselho de Graduação da OBKS.
30/07/2017: O Professor Antoniel Afonso de Souza, Faixa Preta do
Karate Shorinji - Acre, foi elevado ao 5º Dan (Godan) pelo
Conselho de Graduação da OBKS.
30/07/2017: O Professor Joaquim Borges dos Santos, Faixa Preta do
Karate Shorinji - Rondônia, foi elevado ao 5º Dan (Godan) pelo
Conselho de Mestres do Karate Shorinji.
01/08/2017: O Professor Rivelino Pereira de Souza, Faixa Preta do
Karate Shorinji - Acre, foi elevado ao 4º Dan (Yondan) pelo
Conselho de Graduação da OBKS.
24/12/2016: _
Novas graduações do nosso Karate
Shorinji, no Maranhão.
Antonio Carlos Silva, 3º Dan (Sandan) e Francisco Araújo
Maravalho Neto, 4º Dan (Yondan). Os exames foram realizados
pelos mestres
Robson Coral e Wellington Almeida, do Conselho de Graduação
da OBKS.
11/09/2016: Novos faixas pretas graduados,
do nosso Karate Shorinji, no Pará: Ernandes Ferreira Melo Silva1º Dan, Eyder Fausto Gonçalves 2º Dan, Dêmisson
Cardoso Pereira 2º Dan e Zilmo da Silva Guimarães 3º Dan. Os exames
foram realizados pelo Mestre YO (Yosuke Okada), representante da OBKS
para o Pará e membro do Conselho de Graduação.
02/08/2016:
Nesta data foi nomeado
Coordenador de Eventos do Karate Shorinji para os Estados do Acre e de
Rondônia o Professor Antoniel Afonso de Souza, Faixa Preta 4º
Dan (Yondan). Únicorepresentante do KARATE SHORINJI para
a região.
30/07/2016: O Professor Antoniel Afonso de
Souza, Faixa Preta do Karate Shorinji foi elevado ao 4º Dan (Yondan)
pelo Conselho de Graduação da OBKS - Karate Shorinji.