PARTE 1 (FILOSOFIA DO KONGO-ZEN)
1. Informação Geral
_ Shorinji Kempo é uma arte marcial
desenvolvida simultaneamente com a meditação Zen, tanto para a
defesa pessoal como para a saúde dos monges no templo Shorinji
na província de Hunan, China.
_ Ele foi primeiramente introduzido neste templo
por Bodhidharma, um monge indiano do século VI, que viajou
para a China para divulgar a religião Budista.
Um regime marcial profundamente meditativo,
Shorinji Kempo por muitas épocas nunca foi ensinado para
ninguém, a não ser para aqueles que tinham ingressado no sacerdócio
Budista.
Embora profundamente ligado à teoria da calma em
ação: Meditação Zen a calma e Kempo a ação, o
pensamento Shorinji sustenta que nenhum destes aspectos do
Todo pode existir separadamente. Outras Artes Marciais, contudo,
tendem a salientar demais um ou outro destes aspectos: no Judo,
a parte suave do Kempo está mais distinta, ao passo que o
Karate dá ênfase ao poder e a violência. Somente no Shorinji
Kempo é dado igual importância para ambos elementos. portanto um
aluno tendo embarcado para um estudo sério do Shorinji Kempo,
começará a sentir sua profunda espiritualidade, então começará a
perceber sua filosofia de ação, e ultimamente penetrar no caminho do
treinamento espiritual. Além disso, visto que todo o treinamento
Shorinji exige o esforço e cooperação de duas pessoas, a prática
de suas técnicas estimula o respeito, entendimento e desenvolvimento
mútuo.
A verdadeira forma do Shorinji Kempo é a
combinação do poderoso espírito da benevolência, que pode, através
do esforço humano e da manifestação do mistério das forças de "Yin"
e "Yang", que são o significado do céu e da terra realidade do
Cosmos, criar um céu na terra e a paralela busca da meditação calma
e treinamento físico ativo.
O último objetivo da busca do kempo é o
espírito de Dharma, o verdadeiro objetivo da crença
Shorinji Kempo. Estes sistemas originais de treinamento, que
eram ensinados no templo Shorinji, na China, foram
readaptados com o amor humanitário de Doshin So, o principal
chefe do Shorinji em nome do Kongo Zen.
No momento, as mais de 2.500 localidades de
treinamento do Shorinji Kempo no Japão, já têm um número de
mais de 1.000.000 de sócios. E ainda está sendo ensinado em 250
sucursais estrangeiras por todo o mundo.
2. Observação do Fundador, o Chefe do
Shorinji kempo.
Embora o Shorinji Kempo, cujos indícios de
origem são de mais de 5 mil anos na antiga Índia, tenha
experimentado um longo período de desenvolvimento na China, sua
presente forma é o resultado do gênio do Fundador. Nascido em 1911,
na prefeitura de Okayama, o filho mais velho de um
funcionário da alfândega, Doshin So após a morte de seu pai,
foi enviado para viver na Manchúria com seu avô, que era empregado
da Estrada de Ferro da Manchúria. No entanto, quando estava com
apenas 17 anos, a morte de seu avô o forçou a retornar para o Japão
sob a patrocínio de Mitsuro Toyama, o fundador da
ultra-patriótica "Sociedade do Rio Amur" (também chamada de
Sociedade Dragão Negro) e um amigo do avô de Doshin So.
Naquele tempo, o Japão estava experimentando os
efeitos da ampla depressão mundial que era um conveniente resultado
na política do continente asiático. Em 1928, Doshin So
retornou para a Manchúria, desta vez como membro de uma organização
secreta. Para facilitar suas atividades ocultas, ele se tornou um
discípulo de um sacerdote taoísta, que era também um executivo da
Sociedade Secreta Zaijari, e um mestre do Byakurenmonken,
um ramo do Kempo se originando no Shorinji. Este foi o
1º contato de So com o Kempo, embora ele tenha
começado a praticá-lo ambiciosamente, naquele dias não eram mais que
uma série de técnicas incoerentes e desorganizadas.
A associação de Chang Tso-Lin, um
guerreiro chinês agindo mais ou menos como um cliente dos japoneses,
mas provando ser também nacionalista, por alguns dos oficiais do
Exército japonês de Kwantung, que o tinham posto fora do
caminho, intensificou a intervenção japonesa na Manchúria e na China
e acelerou seus planos para ressuscitar a extinta Dinastia Manchu
(Ch’ing). Em seu papel de agente secreto, So foi forçado
a viajar extensamente para colher informações para a sua
organização, e isto lhe deu a oportunidade de encontrar mestres de
Kempo de vários tipos.
Visto que tenha sido verdadeiro o sacerdote
Taoísta com o qual ele tinha estudado anteriormente, no entanto,
este homem também conhecia somente uma certa quantidade de técnicas
que necessitavam de alguma organização. Mas a viagem para Pequim,
trouxe ao jovem So, contatos com o vigésimo mestre da Escola
Giwamonken de Shorinji Kempo do Norte, na qual
tornou-se discípulo direto.
Tendo se resignado com a infeliz probalidade de
que ele seria o último dos mestres principais de Kempo, este
homem já em idade avançada estava entusiasmado no seu parecer, com o
jovem e hábil adepto. Em uma cerimônia no Templo Shorin, em
1936, Doshin So foi designado oficialmente como o sucessor do
líder da Escola Shorinji do Norte.
Em 1945, quando o Exército Russo invadiu a
Manchúria, So conseguiu escapar através da ajuda de membros
da Sociedade Secreta Chinesa. Ele finalmente voltou a pátria em
1946.
O estado sombrio dos negócios no Japão
pós-guerra, impressionou a Doshin So, com a necessidade de
uma restauração da moralidade e orgulho nacional e a criação de uma
imagem humana inteiramente nova.
Com respeito ao espírito de Dharma e a
prática do Kempo como meio de conseguir realizar estes fins,
Doshin So revisou, expandiu e sistematizou as várias formas
de Kempo, que ele aprendeu na China e deste modo criou o
Shorinji Kempo de hoje.
3. Motivo e propósito para o estabelecimento do
Kongo Zen.
Em 7 de agosto de 1945, tropas soviéticas
invadiram a Manchúria, quebrando o pacto de não-agressão entre Japão
e União Soviética. Neste tempo, o Fundador estava em uma
cidade chamada Suiyo, na margem da Manchúria oriental.
O Exército Japonês se retirou antes da chegada
das tropas soviéticas, restando apenas civis, na maior parte
mulheres e crianças, para enfrentar os russos.
O Fundador conseguiu escapar da cidade antes da
invasão soviética mas ele viveu aproximadamente um ano na Manchúria
sob o domínio soviético.
Durante este período, ele experimentou muitos dos
trabalhos e sofrimentos, observando a melancolia que veio com um
povo derrotado. Ele viu que somente justiça, era aquela da força ou
em outras palavras, "O poder faz o Correto".
O povo deixa o desejo de lucro pessoal e
interesses nacionais ocupam prioridade sobre os ideais, honestidade,
religião e virtude. Baseado nestas experiências, o Fundador
percebeu que todas as coisas dependem do indivíduo e os resultados
serão de acordo com a qualidade do indivíduo. Ele adquiriu sua
primeira divisa daquelas experiências: "Hito! Hito! Hito! Subete
wa hito no shitsu ni aru".
Isto é para as pessoas que possuem as qualidades
de misericórdia, coragem e justiça construírem um mundo melhor e
ensinar aos outros.
O Fundador retornou ao Japão em l946, com
a intenção de estabelecer algum tipo de escola para desenvolver
pessoas que poderiam possuir as qualidades certas para trabalharem
para um mundo melhor.
Ele achou o povo japonês confuso e desencorajado,
necessitando de algum sentimento de propósito.
O forte ocupava vantagem sobre o fraco e o povo
estava somente interessado em tentar sobreviver e satisfazer os seus
próprios desejos. Os jovens não sabiam qual o caminho de volta e
tinham perdido toda a esperança com o futuro. Os antigos valores e
virtudes foram despojados, mas não existia nada para ocupar os seus
lugares. Os jovens seguiam o prazer e buscavam o proveito próprio.
Eles não estavam muito interessados nas virtudes do passado, mas
tinham falhado em achar alguma solução real para os problemas do
presente e tinham pouca preocupação com o futuro.
O Fundador decidiu devotar o restante de
sua vida ao desenvolvimento do tipo de pessoas que poderiam ajudar o
Japão a reconquistar o respeito e a confiança do mundo.
Ele decidiu confiar no verdadeiro Budismo para
realizar seu propósito, mas ele também percebeu que isto não faria
bem se fosse viver nas montanhas.
Para desenvolver as pessoas ele deveria
permanecer onde o povo passava diariamente suas vidas. Ele sabia que
as pessoas não iriam dar muito atenção somente à pregação e ele
buscava por alguma coisa que atrairia seu interesse, tão bem como
beneficiá-los.
Uma noite, o Fundador teve um sonho com um
Daruma barbudo que estava caminhando para longe dele e
apontando com seu dedo. O Fundador tentou segui-lo, mas não
pode se mover e ele gritou, dizendo a Daruma para esperá-lo.
Ele foi acordado pelo som de sua própria voz. Depois pensando sobre
o sonho, o Fundador concluiu que Daruma estava lhe
dizendo para seguir os seus passos. O Fundador decidiu então
ensinar o Arahan no Ken, o qual é dito que Daruma
trouxe da Índia para a China.
O Fundador construiu um Dojo de
seis esteiras atrás de sua casa em Tadotsu, Kagawa-Ken,
Shikoku e o chamou de Honzan.
O Arahan no Ken que o Fundador
estudou na China, é diferente do habitual Budo. O propósito
não é matar, mas conquistar o seu próprio eu.
A prática da arte desenvolve tanto a mente como o
corpo ajudando a criar um bom equilíbrio individual com os poderes
mentais para resolverem os problemas da vida e a força para realizar
as ações físicas necessárias. Pelo ensinamento deste Ken para
os jovens e pregando a filosofia certa para eles, o Fundador
daria a eles confiança própria, força e esperança para com o futuro.
Ele organizou a religião do KenZen Ichinnyo
Rikiai Funi no Homon Kongo Zen e ocupou o nome do Nioson
que acreditam que tinha estabelecido o Aranhan no Ken na
Índia. Ele a chamou de Kongo Zen.
O Fundador reformou e revisou o que tinha
estudado na China, e reforçou com suas teorias e filosofia e assim
passou a ser Shumon no Gyo. Este é o início do Kongo Zen
e Shorinji Kempo de hoje.
4. O que é Religião?
Não existem muitas pessoas capaz de definir
religião ou que estejam hábeis para explicar o que é realmente
religião. A razão disto é que existem muitos tipos diferentes de
religião, com muitos tipos de crenças. É difícil para eles
distinguirem entre religião e superstição. O povo acredita que todas
as coisas dependem do destino traçado pelos deuses e que estes
deuses irão ouvir as orações e dar ao povo os seus desejos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, todos as
pessoas no Japão iam aos santuários e rezavam para que o inimigo se
rendesse.
Todas as orações e presentes oferecidos aos
deuses não fizeram nada de bom, pois o Japão acabou perdendo a
guerra. Os deuses não ajudaram ao povo japonês. Apesar disso, o povo
não cessou as rezas e pedidos de ajuda aos deuses. Ainda hoje, o
governo pede aos sacerdotes que rezem por segurança quando uma nova
construção é planejada e executada ou algum projeto como o
Shinkansen é iniciado.
O povo comum ainda acredita que os deuses
concretizam os seus desejos. Se um homem fica doente, ele reza para
que os deuses o recuperem. Se seus negócios andam mal, ele pede aos
deuses que o ajudem.
Para uma retribuição de favores esperados, as
pessoas tentavam subornar os deuses com presentes oferecidos. As
pessoas tentavam comprar a felicidade dos deuses. Como pode isto ser
chamado de religião?
Esta situação não é de inteira responsabilidade
do povo mas em grande parte, daqueles que pregam a falsa religião.
Os sacerdotes afirmam que podem falar pelos
deuses, ou perdoar pecados, ou intercederem com os deuses em favor
dos homens, e eles sempre exigem ou quase sempre, um bom preço por
estes serviços. Os sacerdotes prometem a entrada dos homens no céu,
mas somente se estes seguirem a sua religião. A religião é usada
para justificar ou desculpar todas as maneiras de injustiça ou
violação dos direitos humanos.
Existe uma grande diferença entre a realidade a
as expectativas do Homem. A realidade é o que é, e não é possível
ser trocada ou alterada de nenhuma maneira pelo homem.
Esta é a natureza do Homem, para divulgar desejos
humanos e propósitos para a realidade, mas verdade não pode ser
alterada para se ajustar aos desejos e expectativas do Homem.
Os deuses não ouvem os desejos dos indivíduos ou
resolvem os seus problemas. Como diz o velho ditado. "O céu ajuda
aqueles que se ajudam", e "Onde exista a vontade, existe o caminho".
O homem não necessita de humanos que afirmam
serem deuses ou representam deuses. Não há necessidade de rezar para
solucionar os seus problemas. O homem deve reconhecer que somente
ele pode resolver os seus próprios problemas aumentando os seus
conhecimentos e se tornando uno com o espírito de Dharma.
5. O Correto Ensinamento de Shaka
Shaka ensinou que o homem deve encarar a
realidade do mundo e procurar dentro de si a resposta para os
problemas da vida.
O homem não pode esperar conseguir o que ele quer
ou necessita através de orações a deuses para a salvação. A nenhum
dos deuses, ele pode responsabilizar pelas suas desgraças. Os
ensinamentos destas verdades estão contidas em
AS QUATRO VERDADES NOBRES
A Primeira delas é a Verdade do Sofrimento.
Toda a vida você está sofrendo de alguma maneira.
Nós sofremos o nascimento, idade, doença e morte.
Geralmente nós sofremos de nossos próprios
desejos e a incapacidade de cumpri-los. A vida que não é livre de
desejo e paixão é sempre envolvida de sofrimento.
A causa do sofrimento humano é
indubitavelmente encontrada na ânsia do organismo físico e nas
ilusões da paixão mundana. O desejo de uma forte vontade de
viver, em seu fundamento vai depois ser o que ele sente como sendo
desejável.
Algumas vezes o desejo é ainda por morte. Este é
chamado de Verdade da Causa do Sofrimento.
Se o desejo que reside na origem de toda
paixão humana pudesse ser removido, então a paixão iria acabar-se e
todo o sofrimento humana estaria terminado. Esta é chamada de A
Verdade do Fim do Sofrimento Humano.
A fim de entrar numa condição onde não existe
nenhum desejo e nenhum sofrimento a pessoa deve seguir um Caminho
correto. Os estágios deste nobre Caminho são:
Idéias corretas, resolução correta, linguagem
correta, procedimento correto, vocação correta, esforço correto,
atenção correta e concentração correta. Esta é chamada de A Verdade
do Nobre Caminho para a conclusão do desejo.
O homem deve evitar os extremos e seguir o nobre
Caminho Intermediário. Aqueles que seguem o Nobre Caminho e percebem
as quatro Verdades Nobres viverão a Vida de Ouro. O caminho
intermediário é o mais expressivo da realidade e o homem será capaz
de ganhar a verdadeira felicidade através do seu seguimento.
6. Kongo-Zen (Ênfase e Esperança)
Kongo-Zen enfatiza principalmente as
realidades deste mundo e o desenvolvimento do homem. Ele não prepara
para uma vida depois desta e também não procura por um Deus para
resolver os problemas do homem.
O homem deve procurar em seu próprio interior,
recursos para resolver os problemas que o confrontam. Ele não pode
responsabilizar a Deus pela sua desgraça e nem esperar que Deus
realize o seu trabalho em seu lugar. Muitos dos problemas do homem
são causados pelo homem e depende apenas dele para resolver tais
problemas. Não existe nenhuma ajuda para o homem, exceto para
desenvolver o seu conhecimento do mundo e da realidade. O homem deve
reconhecer todo o seu potencial e retirar de seus próprios recursos
para ajudar a criar um mundo melhor.
Kongo-Zen espera desenvolver o tipo de
indivíduo que reconhecerá os problemas deste mundo e tentará
resolvê-los. Tais indivíduos serão forte em mente e em corpo, com
consideração pelas suas próprias necessidades e preocupação pela
necessidade dos outros. Também serão hábeis para trabalhar e
construir um mundo melhor para todos e estabelecer um paraíso na
terra.
7. O Ensinamento do Kongo-Zen
O ensinamento do Kongo-Zen, centraliza-se
em Dharma, a Grande Lei, a principal realidade, simbolizado
pelo círculo eternamente contínuo ao qual o homem e todas as
criaturas pertencem: esta realidade principal está além do
conhecimento do homem e não pode reduzir-se ao pensamento humano. A
principal verdade não é o que fazemos, mas aquela que acontece. Isto
está fora da compreensão humana e não pode ser descrita ou
condicionada de nenhuma maneira pelo homem.
Kongo- Zen não reconhece a realidade que é
produto da imaginação do homem ou uma projeção de suas necessidades.
Não existe nenhum poder supremo para gratificar,
punir ou para estabelecer regras para o homem seguir. Não existe
nenhum Deus que fale pelos homens ou que possa estabelecer as leis
que ditam o certo e o errado, ou proporcionar as respostas para o
significado da vida e resolver os problemas do homem. O único poder
do homem que pode se transformar pela orientação em vida é o
conhecimento do mundo e da espécie humana como realmente eles são. O
homem não pode usar um deus para evadir-se de sua própria
responsabilidade ou responsabilizar tal deus pelas suas desgraças.
Kongo-Zen concentra sua atenção sobre o
homem como uma expressão e um participante do círculo infinito da
realidade e como dotado com uma parte de sua vasta potencialidade. O
homem por si próprio deve retirar de seu próprio interior recursos
para descobrir novas morais radicadas na natureza das coisas e deve
esforçar-se ativamente para criar uma vida significativa e
estabelecer um Céu na Terra, onde os homens possam viver em harmonia
e felicidade.
O homem deve reconhecer o fator de que ele não se
encontra sozinho e que nada fica afastado do restante da realidade.
Todas as coisas são uma parte do mesmo grande círculo e qualquer
ação é relacionada a todas as outras ações.
O Caminho de vida mais expressivo da realidade é
o Caminho Intermediário da Harmonia, a Força Dourada. Isto é
manifesto como uma maneira de manter o equilíbrio exato entre as
necessidades físicas e mentais. Extremos de qualquer tipo devem ser
evitados. O homem é dependente de seus semelhantes e não pode ficar
sozinho.
Ele deve desenvolver o relacionamento correto com
seu meio ambiente e a sociedade na qual ele vive. Ao mesmo tempo,
ele é um indivíduo e deve preservar a sua individualidade.
O homem deve reconhecer que a vida não é estática
e que eles não experimenta apenas dois estados de vida e morte, mas
numerosos estados. Toda a vida é um processo aprimorado e nada
jamais fica sossegado. Cada momento é uma reflexão do passado e uma
projeção do futuro, tão bem quanto do presente. Através do
reconhecimento destas verdades, o homem pode viver uma vida útil e
fazer cada momento valer a pena.
8. O Significado de "Dharma"
A palavra Dharma é do sânscrito, uma
antiga linguagem da Índia. Em Pali, uma outra antiga
linguagem ele é chamado de "Dharma". Ele foi traduzido para o
chinês como "Tamo" ou "Daruma", em japonês.
A palavra é geralmente considerada para
significar lei, particularmente a Lei do Universo, ou o conteúdo da
iluminação. Nas antigas linguagens da Índia a palavra tinha a
conotação de uma lei que era a mais alta sobre todo o restante.
9. Dharma _ Caráter Moral _ Natureza
Divina dos Seres Humanos.
Há três mil anos, era entendido no oriente que o
Homem é dotado com uma parte do espírito de Dharma, e que o
homem tem uma capacidade mental que os animais não têm. Devido ao
espírito de Dharma, o homem é capaz de planejar adiante,
raciocinar e realizar ações, que terão um efeito direto em seu meio
ambiente. Por outro lado, os animais operam exclusivamente por
instinto, com pouco poder de raciocínio. No reino animal a força é
mais importante, mas o homem deve desenvolver tanto a mente como o
corpo para alcançar todo o seu potencial. O diagrama ilustra a
conexão de Dharma e a divina a natureza do homem.
10. Método de Treinamento para os Partidários do
Kongo-Zen
Os métodos que os fiéis do Kongo-Zen
seguem para atingir a iluminação, combinam desenvolvimento físico e
mental. Kongo-Zen não exige por abnegação, ritual e orações.
O indivíduo deve se cultivar e não ficar
esperando por alguém para resolver os seus problemas. Os métodos
esboçados no diagrama seguinte são os utilizados:
11. Características do Shorinji Kempo
11.1 A Unidade de Ken e Zen
Baseado na Unidade da Matéria e do Espírito,
Shorinji Kempo ensina a unidade de Ken e Zen.
Ken significa o corpo ou a ação , e Zen significa a mente
ou serenidade. Quando nós consideramos estes dois elementos sob o
ponto de vista do treinamento para a mente e o corpo, nós também
podemos observar Zen como estático ou aspecto sem movimento
do Zen Budismo, ao passo que Ken representa o aspecto
dinâmico ou movimento do Zen Budismo.
Shorinji Kempo dá importância ao aspecto "Ken",
visto que modernas religiões Zen no japão dão importância a "Zen",
no pequeno aspecto da meditação Zazen-Zen. Embora cada uma
saliente um aspecto diferente, nenhum faz a exclusão do outro
aspecto. Para a verdadeira realização espiritual, ambos são
necessários e estes dois são inseparavelmente unidos no homem.
No entanto, sem saber desta natureza, existem
algumas pessoas que punem os seus corpos de várias maneiras: longas
sessões permanentes de Zazen até que suas pernas fiquem
paralisadas, jejuando até o corpo ficar fraco, a fim de atender
alguma forma de iluminação. Existem também várias escolas de Artes
Marciais que afirmam um objetivo espiritual e, contudo, na realidade
somente enfatizam a vitória através do domínio de técnicas e cultivo
da força.
Shorinji Kempo, porém, sustenta que o
treinamento do espírito desprezando o corpo não pode conduzir para a
formação de um homem completo.
A realização das potencialidades do homem e um
único caminho liderando a execução e felicidade, necessariamente
envolve o cultivo de ambos, a mente e o corpo, da ação pensamento.
Nenhum pode ser tratado como uma entidade separada, mas a
repercussão de um no outro deve ser cuidadosamente considerada e
incorporada na metodologia de criação de um harmonioso e bem
equilibrado Homem.
11.2 A Unidade da Força e do Amor
A lei da sobrevivência natural do mais apto é
aplicável para todas as criaturas vivas. Ainda que a força seja um
fator decisivo no mundo animal, entre os homens os mais capazes são
aqueles que se superam tanto física como mentalmente.
A capacidade mental no homem explica o fato dele
estar no topo da pirâmide evolucionária. Isto seria realmente ideal
se os homens não usassem, freqüentemente, da força para resolverem
os seus problemas, como outras criaturas o fazem, mas a história
revela claramente a inclinação do homem para a violência física tão
contrária a contenda de razões, como um meio final da solução das
disputas. A causa óbvia disso é simples: A pessoa que depende da
força é ativamente mais forte que aquela contando com a teoria,
considerando que o primeiro pode destruir totalmente o último, este
estará fisicamente desamparado, a não ser que também utilize a
força. Simplesmente estar certo não é suficiente.
A justiça, infelizmente deve se fazer respeitada
à força. As leis e os códigos sociais de qualquer sociedade são
significantes somente para o grau ao qual eles são fisicamente feito
respeitados. Shorinji Kempo deste modo enfatiza a importância
da força, não para matar ou para destruir, mas para a preservação da
vida. A força é para ser usada como uma alternativa final e somente
para a preservação e defesa de uma pessoa quando esta é ameaçada.
Ela é para ser usada para prevenir contra um ataque violento. Com
justiça, fazendo-se respeitada pela força e perdão resistindo pelo
poder de punir, a pessoa pode parar um agressor enquanto protege a
sua própria vida. Isto é amor em ação em oposição a submissão
passiva, que beneficia qualquer indivíduo.
Desta maneira o amor e força representam o
positivo e o negativo, aspectos do Budismo, e eles devem ser
entrelaçados e inseparáveis.
O símbolo Zen Budista sustenta este
conceito mais-menos (Yin-Yang) como o princípio da Natureza.
11.3 A prática Mútua
O Domínio do Shorinji Kempo, requer
prática mútua e esforço cooperativo de duas pessoas, uma fazendo o
papel da defesa, a outra o do ataque, experimentando e trocando os
papéis mutuamente. A razão para isto é que a maioria das técnicas de
Shorinji Kempo são baseadas no conhecimento dos pontos vitais
do corpo; portanto, prática mútua e experimentação mútua são
essenciais. Um deve conhecer a correta localização dos pontos
vulneráveis, o ângulo aproximado que eles devem estar e a aplicação
correta da pressão. Todos estes conhecimentos só podem ser
adquiridos experimentando com um parceiro.
Ambos devem fazer diversas vezes, um executando
as técnicas enquanto o outro faz o papel de cobaia. Além do mais a
prática mútua é superior à prática individual e por isto o
Shorinji Kempo desenvolve reflexos rápidos e um apurado senso de
distância. Ele também encoraja o uso da estratégia, e a aplicação de
várias técnicas, que tornam-se essenciais quando uma situação real
de defesa pessoal surge.
Ao lado dos
aspectos técnicos, que mais revelam o Shorinji Kempo como um
método ideal de defesa pessoal, o mais importante fato é que, como
ele necessita de duas pessoas para aperfeiçoá-lo, ambas as pessoas
devem aperfeiçoar-se juntas; aí não podem ser nem vencedor nem
perdedor. O Homem adapta-se ao trabalho de outras vidas e deve assim
seguir interesses que não apenas beneficiam a ele como um indivíduo
mas que eleva a vida de outros, para isto ultimamente trabalhará
para sua própria felicidade. Desde boas relações humanas,
comunicação e esforço cooperativo são todos necessários no domínio
do Shorinji Kempo e sua necessidade de interação harmoniosa.
Na experimentação mútua, cada parceiro deve
aprender a identificar com o outro e sentir quanta dor está sendo
imposta de outro modo, ele pode causar dor ao extremo, desmaio,
deslocamento, e outros danos ao parceiros.
Desta maneira, atitudes e hábitos essenciais para
uma interação harmoniosa do indivíduos assim como empatia, confiança
mútua, e "faça aos outros o que você gostaria que lhe fizessem", são
cultivados.
11.4 Defesa Pessoal é a Primeira e Ataque é o
Segundo
Embora o Shorinji Kempo esteja equipado
com técnicas de ataque tão bem como de defesa, elas são todas
baseadas no princípio da defesa: ataques e chutes são sempre
precedidos de bloqueios. Inerente à estrutura do Shorinji Kempo
está o conceito que em nenhum momento podem ser as técnicas de
Shorinji Kempo utilizadas para iniciar ataques.
Mas esta postura defensiva do Shorinji Kempo
de maneira nenhuma diminui a sua efetividade. Esperando o oponente
iniciar o ataque, ele pode se preparar física e mentalmente,
observá-lo, detectar suas fraquezas e julgar qual técnica deve ser
usada. A eficiência máxima é realizada quando a pessoa adere ao
princípio básico da defesa primeiro e ataque depois.
O aspecto técnico do Shorinji Kempo,
incorpora a inseparabilidade da força, justiça e amor; e seu
objetivo não consiste na vitória ou exibição da força e poder da
pessoa que o pratica, mas na defesa da vida, justiça e lei na
harmoniosa interação dos homens.
11.5 Técnicas Leves e Fontes São Combinadas
Embora as técnicas do Judô, por instante,
sejam baseadas primeiramente na defensiva ou técnicas leves e
aquelas do Karate na força ou nas técnicas ofensivas, Shorinji
Kempo é a única arte marcial onde tais elementos estão ambos
combinados.
Numerando-se bem além de 600 técnicas de
Shorinji Kempo,
empregando ambas, a leveza e a força nos movimentos, cobrem todos os
meios possíveis para defender e proteger a pessoa em qualquer
situação. Além disto desde que a eficiência das técnicas de
Shorinji Kempo não é determinada pela força ou estatura, mas de
preferência pelo conhecimento e aplicação de princípios racionais,
científicos e médicos, usando estas técnicas, pessoas de qualquer
idade, sexo, estatura ou força, podem efetivamente se proteger.
12. Estabelecimento do propósito de treinamento
É necessário para a pessoa, que quer aprender
Shorinji Kempo, estabelecer o propósito de treinamento. Existem
talvez, muitos motivos e propósitos de treinar que dependem dos
indivíduos. Alguns vêm para treinar Shorinji Kempo
pretendendo força física e saúde. Outros procurando a defesa pessoal
e etc...
Mas o Shorinji Kempo é originalmente um
meio de treinamento para se estabelecer, os três seguintes elementos
devem ser integrados como propósito de treinamento Shorinji kempo:
1 _ Força física e saúde
2 _ Defesa pessoal
3 _ Treinamento da mente
13. Três sequências para dominar as Técnicas de
Shorinji Kempo
Para dominar o Shorinji Kempo ou alcançar as suas
classes de realização, o indivíduo deve treinar de uma maneira
metódica, dos passos mais fundamentais aos crescentes altos níveis
de desenvolvimento físico e mental. É impossível omitir estágios.
Começando com os básicos o indivíduo deve seguir
o comando de um professor que deve ter encontrado requisitos
técnicos e teóricos, o último sendo o conhecimento do Kongo Zen
e sua expressão nos ensinamentos de Shorinji Kempo, como
prescrito pelo Quartel General do Shorinji Kempo em
Shikoku, Japão.
É interessante notar que a palavra japonesa "manabu",
aprender, vem originalmente da palavra "manabu", copiar.
Assim no início imitando o professor, o indivíduo deve dominar as
técnicas de ataque, chutes e bloqueios básicos, para estes é o
fundamento do desenvolvimento mais adiantado. É também importante
aprender os princípios científicos e médicos sobre os quais estas
técnicas se apóiam.
Somente após dominar os fundamentos está o
individuo permitido a combinar as várias técnicas em uma arte.
Dominando todas as anteriores, o indivíduo pode readaptá-las e criar
um caminho individual, mas isto somente é possível depois de um
longo processo de repetições e perseverança. O domínio do
Shorinji Kempo é semelhante ao processo de desenvolvimento de
qualquer potencialidade. A seqüência da prática e do sistema
ordenado do Shorinji kempo ensina que a realização das
potencialidades não é realizada de um dia para o outro e nem é
domínio de um talento inato: ele é em vez disso um processo
acumulativo dependente de um grande esforço, disciplina, paciência e
resistência.
14. Três Elementos importantes para aprender as
Técnicas de Shorinji Kempo
Não somente para o Shorinji Kempo, mas
todos os tipos de artes e técnicas, os elementos mais importante
são: primeiro entender as técnicas e então aprender como utilizá-las
e organizá-las, e por último, nós podemos chegar a estabelecer a
originalidade nas técnicas adicionando nossa inteligência.
14.1 Técnicas Básicas
Estas são baseadas em movimentos fixos (hokei)
originados pelo fundador e desenvolvidos por todos os mestres. Estas
técnicas incorporam socos, chutes, bloqueios, etc...
14.2 Métodos de aplicação
Este é nosso método de aplicação destas técnicas
básicas. Após as técnicas básicas terem sido aprendidas, o método de
aplicação nos diz em quais circunstâncias devemos usar as técnicas
básicas.
14.3 Ingenuidade ou Estratégia
A fim de controlar os dois elementos que foram
mencionados acima, ingenuidade é altamente necessária. Mas isto é
muito difícil pois isto implica um progresso espiritual da pessoa.
As técnicas do Shorinji Kempo não devem
ser usadas como uma forma de divertimento mas em vez disso, somente
na hora apropriada para corrigir um erro. Quando você domina as
técnicas básicas, compreendendo sua aplicação, seguem gradualmente e
então vem a ingenuidade.
15. Comentando sobre "Manji".
O símbolo de um círculo envolvendo duas linhas
onduladas é a representação visual da filosofia do Kongo Zen.
Ele aparece na parede de todas as salas de treinamentos de
Shorinji Kempo e sobre os uniformes brancos usados durante a
prática, como uma lembrança de que os ensinamentos e a prática do
Shorinji Kempo são fundados nesta filosofia. Este também é um
símbolo do Budismo, vindo originalmente da antiga filosofia indiana.
Ele também é encontrado na Antiga Grécia e Egito.
Kongo Zen propõe que a última realidade,
assim simbolizada pelo círculo eternamente contínuo ao qual o Homem
e todas as outras criaturas e sistema pertencem, está além do
conhecimento do Homem, e portanto incapaz de ser contido em qualquer
tipo de imagem. Embora esteja na tradição do Homem atribuir
propósitos e desejos humanos à realidade, a pessoa deve lembrar que
a última verdade não é a que fazemos, mas permanece no domínio
daquela que existe. Embora o crescente conhecimento deva permitir ao
Homem decifrar alguns dos segredos do universo, assim como um modelo
de um tapete que não pode ser distinguido por um punhado de linhas,
assim também, a última realidade de toda a existência está fora do
domínio do conhecimento do Homem.
Talvez seja a força da vida o espírito dominante,
a unidade do universo: mas isto permanece calmo além da expressão e
compreensão humana, incapaz de ser descrito ou condicionado de
qualquer maneira.
Kongo Zen que focaliza sua atenção sobre o
Homem como uma expressão e participante do círculo infinito da
realidade, e como dotado com uma parte de sua vasta potencialidade,
afirma que é expressando esta potencialidade inerente, através da
sabedoria, força, coragem e amor que a vida pode ser melhor vivida.
É o Homem por si próprio que deve tirar de suas origens e descobrir
novas morais radicados na natureza das coisas e procurar ativamente
criar uma vida significativa, e sustentar a responsabilidade de
estabelecer um céu na terra onde os homens possam viver em harmonia
e felicidade.
As linhas onduladas contidas no círculo
significam a interação do céu e da terra, do positivo, princípio
masculino: razão e força, e o princípio feminino, negativo:
compaixão e amor, (yin e yang).
Tudo isto simboliza a atualização de nosso
universo: que toda a realidade como nós conhecemos é dinamicamente
governada pelo movimento e fluxo contínuo do separado e único, ainda
sistemas interdependentes coexistindo na unidade através da
interação.
16. O Significado e Estabelecimento das Artes
Marciais - Budo -
Quando nós analisamos a palavra "Budo" nós
poderemos entender o significado das Artes Marciais – Budo –
tem significado especial, expressando a essência e significado
original do que tem sido traduzido com "arte marcial".
É composto de dois caracteres chineses - bu
e do.
O primeiro é definido na Setsumonkiji,
escrito aproximadamente em 120 A.D. na segunda Dinastia Han,
como parar a lança, reprimir a violência e estabelecer condições
corretamente. O segundo significa "caminho", e é o caráter usado na
escrita Shinto, Tao, etc...
O significado original do termo "Budo" é,
portanto, o caminho de suprimir a violência e retornar ao caminho do
homem, ou mais geralmente, promover a paz e entendimento entre
rivais. Em outras palavras, Budo não é uma Arte Marcial no
sentido de ser um instrumento de ataque ou um método de treinamento
para que fortalecendo o corpo, fazer emanar força bruta ou meio de
realizar a satisfação social.
No seu sentido original e verdadeiro, Budo
enfatiza o principio da coexistência harmoniosa. Portanto, o papel
do Budo é puramente defensivo e consiste na criação de seres
humanos com consciência social equipados com o poder para eliminar
elementos maus na sociedade e para acabar e prevenir conflitos.
A razão pela qual o Budo se estragou como
um mero esporte na mão da pessoa ou em um meio de impor prejuízos e
provocar prejuízos e provocar violência sobre os outros, consiste no
homem e não na natureza do Budo. Assim como uma faca pode ser
usada para cortar uma maçã ou para matar, o homem é responsável
pelas conseqüências construtivas ou destrutivas de qualquer
potencialidade. A Arte marcial Shorinji Kempo, cujo objetivo
está alinhado com o original significado do Budo, cultiva
ativamente a paz, felicidade e harmonia entre os homens através da
construção destes ideais facilmente acessíveis na forma de
experiência.
17. A História das Artes Marciais e do Kempo
Indiano
A fim, de
sobreviver, os seres humanos devem se proteger. Se eles não
pudessem, então há muito teriam deixado de existir. Os animais
possuem vários dispositivos de proteção assim como a garra da águia,
o chifre do touro e as garras e dentes de outros animais, os humanos
possuem apenas suas mãos, pernas e mente para se protegerem. O homem
usou sua mente para desenvolver vários tipos de armas e neste
processo ele começou a pensar.
Hoje nós podemos encontrar as várias técnicas de
combate com as mãos vazias foram desenvolvidas em vários lugares do
mundo, desde os tempos antigos. No Ocidente é dito que existia o
assim chamado Pancratium, que era o modelo original de luta e
pugilismo na antiga Grécia.
No Oriente, antes da fundação do Budismo, vários
tipos de Artes Marciais eram praticadas na Índia, aproximadamente
5.000 anos atrás. Com a fundação do Budismo, estas Artes Marciais
foram incorporadas na religião e as técnicas foram refinadas.
Estátuas de Guardião Dietis, O-Nio, as quais foram
encontradas na entrada de muitos templos Budistas simbolizam este
fato. Isto é visualmente representado em um par, um com a boca
fechada e outro com a boca aberta e encontrado em ambos os lados da
entrada. Eles representam o aspecto positivo e o negativo da
natureza que é uma parte central da filosofia básica do Budismo.
Assim o Kempo indiano era um método de
luta incorporando várias técnicas que foram desenvolvidas na Índia
antes do tempo de Buda. Existe pinturas nas paredes que exemplificam
isto e apontam para o fato que o desenvolvimento do Shorinji
Kempo moderno possui raízes que vão muito longe no passado.
O Kempo indiano tem a característica
especial de incorporar em suas técnicas, ciência médica oriental.
18. A Relação Entre Budismo e Artes Marciais
Nos tempos antigos, a vida era muito perigosa e o
homem teve que lutar para se proteger. Assim várias estágios no
desenvolvimento cultural do homem necessitaram da invenção de
métodos de defesa pessoal sem armas. Todas as antigas civilizações
as produziram, algumas mais elaboradas e eficientes que outras. Para
praticar estas Artes Marciais, a pessoa deve aprender a disciplina.
Para praticar uma religião, uma pessoa deve ser capaz de
disciplinar-se, assim estes dois aspectos, disciplina e defesa
pessoal são básicos tanto para a religião como para as Artes
Marciais.
Na Índia, uma forma muito primitiva de Kempo
existiu a aproximadamente 5.000 anos atrás, e durante o tempo de
fundação do Budismo, o Kempo indiano já tinha sido organizado
e formulado em arte uniformizado.
É dito que Buda, que o praticou, ficou tão impressionado com
Kempo como uma forma efetiva de unificar a mente e o corpo, que
incorporou o Kempo ao Budismo. Assim o Kempo, uma Arte
Marcial, era uma parte do Budismo original. Esta prática também é
muito boa para a saúde física da pessoa e para estudo da religião, e
os dois, Budismo e Artes Marciais estão novamente em fundamento
comum.
Adaptação do livro
de So, Doshin.
Shorinji Kempo. Japan Publication,
Inc., Tóquio, 1970.